Operação Vegas é deflagrada contra crimes de estelionato e esquema de golpes milionários envolvendo influenciadores digitais
Ordens judiciais foram cumpridas no RS, SP e SE
A Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia Polícia de Canoas, com o apoio da Polícia Civil de São Paulo/Seccional de Americana e da Polícia Civil de Sergipe/Delegacia de Crimes Cibernéticos, deflagrou a Operação Vegas, tendo como suspeitos um casal de influenciadoras digitais de São Paulo, além de outros dois indivíduos que, em curto período, movimentaram vultosas quantias oriundas do golpe do “falso investimento”.
A operação apura crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Foram apreendidos celulares, cartões bancários, computadores, pendrives, carteiras físicas de criptomoedas e carros de luxo.
A investigação iniciou em meados de 2024 quando a vítima procurou a Delegacia de Polícia e informou que, enquanto caminhava no centro da cidade, foi abordada por um indivíduo que lhe pediu informações sobre o endereço de um escritório de investimentos. Após a vítima afirmar que não conhecia o local e tampouco o dono do escritório, o golpista passou a conversar com a vítima e lhe contar que seu pai havia falecido e que tinha deixado investimentos para saque naquele local. No mesmo instante, um outro golpista se aproximou da dupla e o primeiro suspeito lhe questionou sobre o tal endereço. Esse segundo criminoso verificou em seu celular e informou o endereço e o telefone do local. O primeiro golpista, então, ligou, tendo sido atendido por uma suposta secretária que informou que realmente existiam valores a receber, contudo para o levantamento da quantia de 2 milhões de reais era necessária a presença de duas testemunhas. Ao chegar no local a vítima foi ludibriada pelo grupo que a orientou a transferir R$ 40.000,00 a fim de garantir o saque do investimento ao golpista.
A equipe passou a identificar os prováveis recebedores das quantias transferidas e verificou que inicialmente tratava-se de um grupo de Passo Fundo que repassava valores para criminosos de Sergipe, os quais administravam as contas bancárias e o dinheiro dos golpes e, após, repassavam para uma empresa de publicidade em nome de uma influenciadora digital da cidade de São Paulo.
As influenciadoras, em suas páginas na internet, promovem especialmente propagandas de jogos ilegais, como o jogo do tigrinho, jogo da tarefa e também de apostas. O casal de influencers ostenta vida de luxo nas redes sociais, onde posta aquisição de veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão de reais, maços de dinheiro supostamente auferidos com os jogos e, ainda, postam doações de valores para desconhecidos de forma aleatória. Outros influenciadores que receberam dinheiro das vítimas também estão sendo investigados.
A investigação também aponta para possível crime de lavagem de dinheiro, com movimentações vultuosas nas contas dos investigados. Esses valores, segundo apurado, seriam misturados com outros faturados pelas empresas dos influenciadores e outra parte convertida em criptomoedas. Com a mescla do capital e a ocultação dos ativos provenientes de infrações penais, os investigados lavariam o dinheiro ilícito.
Fonte e fotos: Polícia Civil