Fagundenses e cotiporanenses depositaram mais de R$ 1,2 milhão em empresa que “investia em criptomoedas”
Moradores de Cotiporã e Fagundes e mais de seis municípios dos arredores: Guaporé, Anta Gorda, Casca, Dois Lajeados, São Valentim do Sul e Serafina Corrêa, estão entre os investidores da empresa InDeal, de Novo Hamburgo, alvo de operação, denominada “Operação Egypto”, da Polícia Federal (PF), Receita Federal (RF) com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (RS). Foram aplicados pelos guaporenses mais de R$ 616 mil em 58 operações. A quantia, se somada todos os municípios da microrregião da “Capital da Hospitalidade”, chega a R$ 3,1 milhões. De acordo com informações da Receita Federal, 288 municípios no Rio Grande do Sul possuem investidores na empresa InDeal. Os maiores depósitos ocorreram em Caxias do Sul, Porto Alegre, Novo Hamburgo e São Leopoldo.
A Operação Egypto, deflagrada no dia 21 de maio, tem como objetivo investigar a instituição financeira que atuava sem autorização do Banco Central (BC). Os 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal e seis policiais civis cumpriram 10 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em cinco cidades gaúchas, duas de Santa Catarina e uma em São Paulo. Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação de uma empresa com sede em Novo Hamburgo que estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação. Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.
Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.
Na região
Além de investidores de Guaporé, há outros de cidades vizinhas. Em Cotiporã, a Receita Federal aponta 17 registros e aplicação de R$ 882 mil. Moradores de Casca, em 18 registros, investiram R$ 493 mil, enquanto em Fagundes Varela há informações de R$ 406 mil aplicados na InDeal. Serafina Corrêa (R$ 416 mil), Anta Gorda (R$ 19 mil) Dois Lajeados (R$ 242 mil) e São Valentim do Sul (R$ 25 mil) também contam com pessoas que aplicaram recursos financeiros na empresa de Novo Hamburgo. Montante investido por moradores da região, conforme apurou a reportagem, gira em torno de R$ 3,1 milhões
Operação Egypto
O nome “Operação Egypto” foi dado pelas autoridades federais pela similaridade da palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.
Fonte:
Central de Conteúdo/Rádio Aurora 107.1 FM
Rede Scalabriniana de Comunicação
Texto: Eduardo Cover Godinho