Sobe para sete o número de mortes por leptospirose no RS após enchentes
Os dois casos mais recentes ocorreram em Porto Alegre e Canoas
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou, na quarta-feira, 29/05, o sexto e o sétimo óbitos por leptospirose relacionados às enchentes no Rio Grande do Sul. Os registros referem-se a dois homens, de 56 e 59 anos, residentes em Porto Alegre e Canoas.
Os dados de casos notificados, confirmados e descartados de leptospirose reportados na quarta permaneceram inalterados em relação aos reportados na terça-feira, 28/05, devido ao Lacen estar enfrentando desafios significativos na padronização das informações provenientes de múltiplas fontes de dados, cada uma com seus próprios campos e variáveis, o que dificulta a integração e análise consistente. O cenário torna a validação e consolidação dos dados um processo demorado e complexo.
A leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode vir a estar presente na água ou lama em locais com enchente. Neste mês, já foram confirmados 54 casos da doença.
Mesmo que seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, é importante que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.
O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele com água contaminada, além de mucosas. Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.
Outros casos e óbitos já haviam sido registrados antes do período de calamidade pública enfrentado pelo Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2024, até 19 de abril, ocorreram 129 casos e seis óbitos. Em 2023, foram 477 casos com 25 óbitos.
Tratamento
O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Nos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
Fonte: Jornal SerraNossa
Foto: Rafa Neddermeyer