Projeto da UCS que transforma lixo em energia e em produtos de valor agregado avança para a segunda fase

Universidade e prefeitura de Caxias do Sul assinam acordo para instalação de usina teste de processamento de resíduos sólidos urbanos no Aterro Sanitário Rincão das Flores

A Universidade de Caxias do Sul e a Prefeitura de Caxias do Sul firmaram nesta segunda-feira, 2 de setembro, acordo para o início da Fase II do projeto Resíduos Serra – RS UP. O contrato prevê a instalação de uma unidade teste de geração de energia e produtos de valor agregado a partir de resíduos sólidos urbanos junto ao Aterro Sanitário Rincão das Flores, na localidade de Apanhador, por meio do processo de pirólise (decomposição térmica na ausência ou deficiência de oxigênio). Também demanda o acompanhamento dos processos de licenciamento ambiental (Licença Prévia e Licença de Instalação) junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
O projeto de transformação de resíduos sólidos em combustível e/ou fertilizante, desenvolvido pela UCS desde 2021, é inédito no Rio Grande do Sul e teve sua primeira fase concluída em março de 2023, da qual participaram 32 cidades. A adesão de Caxias do Sul a essa segunda etapa garante sua continuidade, uma vez que, a partir do contrato assinado, a principal cidade da Serra sede agora espaço físico para a instalação da usina teste que terá capacidade de processar cinco toneladas de resíduos diariamente, beneficiando também outros municípios.
Até o momento, além de Caxias, já aderiram à segunda fase Gramado, Flores da Cunha, Serafina Corrêa, Paraí, Monte Belo do Sul e Vista Alegre do Prata. No entanto, é importante que mais prefeituras associem-se ao projeto, uma vez que seus benefícios e capacidade de alcance são grandes. “O Resíduos Serra – RS UP desenvolve uma alternativa tecnológica sustentável, atendendo às características regionais para a geração de energia e produtos de valor agregado a partir de resíduos sólidos urbanos. Quanto mais cidades aderirem à proposta, maior será nossa contribuição para o meio ambiente. Trata-se de uma solução social, mais do comercial”, observa o reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, destacando o potencial científico da Universidade no desenvolvimento da tecnologia em questão.
A terceira e última fase do projeto prevê a implantação de uma Unidade Regional de Geração de Energia e Produtos a Partir de Resíduos Sólidos com capacidade de atender a uma área de quase 12 milhões de metros quadrados e uma população de 1 milhão de pessoas – o que representa o processamento diário de 70 toneladas de resíduos sólidos.

Rotas tecnológicas

A Fase II do Resíduos Serra – RS UP, iniciada nesta segunda-feira, 2 de setembro, prevê a instalação de uma Unidade Teste com capacidade para processar cinco toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos (RSU) no aterro sanitário do município de Caxias do Sul (Rincão das Flores). O projeto contempla o uso das rotas tecnológicas de pirólise e biodigestão para a produção de CHAR (resíduo rico em carbono, utilizado na indústria de borrachas e polímeros), óleo de pirólise, gás de síntese, biogás, fertilizantes e energia elétrica a partir da decomposição dos resíduos.
O RS UP é uma iniciativa idealizada pelo Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra), pelo Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga) e pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne). A pesquisa é desenvolvida pela UCS, que oferece assessoria técnica especializada através do Laboratório de Energia e Bioprocessos (Lebio), do Laboratório de Análises Ambientais (Latam), da Fazenda Escola e da Agência de Inovação (UCSiNOVA).

Depoimentos

“A UCS nos dá a alternativa tecnológica para uma questão muito difícil de se tratar, que são os resíduos urbanos. Cabe aos municípios, a partir deste momento, aderir ao projeto, porque os aterros sanitários e os lixões já não são mais uma solução. Precisamos avançar na questão do reaproveitamento do lixo. Por isso Caxias do Sul está junto nessa, ao lado da Universidade”, Adiló Didomenico, prefeito de Caxias do Sul.
“Há uma grande expectativa em torno do projeto RS UP, até pelo seu ineditismo no Estado. O que precisamos agora é de uma mobilização efetiva dos municípios da região, pois todos se beneficiarão com os resultados”, Marcelo Godinho, coordenador técnico do RS UP e responsável pelo Laboratório de Energia e Bioprocessos da UCS.
“O projeto é desenvolvido pela UCS, o que indica que estamos no caminho certo para a destinação dos resíduos sólidos, que são um grande problema para todas as cidades. É um futuro que temos que alcançar”, Hadair Ferrari, prefeito de Pinto Bandeira e presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga).
“Nós precisamos do apoio dos gestores públicos e de sua equipe técnica para garantir a continuidade do projeto, para que ele não se perca entre uma administração e outra ou entre a burocracia administrativa. Trata-se de uma oportunidade única, que precisa ser aproveitada.”, Evaldo Kuiava, presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra) e ex-reitor da UCS.
“É preciso fazer essa chamada para que outros municípios integrem-se ao projeto, pois quanto mais cidades envolvidas, maior serão os resultados para a sociedade”, Márcio Rech, vice-prefeito de Flores da Cunha.
Para aderir ao Resíduos Serra – RS UP: (54) 3218-2034 – UCSiNOVA
Fonte: Assessoria de Comunicação da UCS
Fotos: Bruno Zulian
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