Em visita a Caxias, reitora eleita da UFRGS define como serão escolhidos os cursos do campus da Serra
As negociações sobre a vinda do campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para a serra gaúcha ganharam fôlego nesta segunda-feira (9). Em visita ao Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a reitora eleita da instituição federal, Marcia Barbosa explicou que os cursos ainda não foram escolhidos e que o início das atividades está se encaminhando para o segundo semestre de 2025.
O CampuS 8 da UCS está cotado para ser sede da extensão da UFRGS na Serra.
Marcia revelou que ficou definida uma consulta com alunos do Ensino Médio e empresários da região para entender a necessidade dos futuros profissionais. Os dados devem orientar sobre o perfil dos cursos no novo espaço. A decisão de compra do prédio também ainda ficou pendente.
Acompanhada do reitor da UCS, Gelson Rech, a reitora eleita conheceu a estrutura do Campus 8 e destacou que gostou do que viu, mas frisou que ainda não foi acertada uma compra e venda do prédio. Quem decide sobre isso é o Ministério da Educação (MEC), disse ela.
— É uma visita de cortesia, ainda ninguém comprou nada. Eu vim ver o edifício na planta ainda. Vamos conversando, a gente precisa levar as ideias para os órgãos que decidem, que não sou nem eu. A gente tem autoridade sobre nós — explicou a reitora.
Consulta entre alunos e empresariado
Questionada sobre os cursos, a reitora Marcia explicou que, na conversa com a coordenadora da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), Viviane Devalle, pela manhã, foi definida uma consulta, por meio de um formulário, com os alunos do Ensino Médio da rede de ensino coberta pela 4ª CRE para entender quais são as formações universitárias desejadas por quem deve entrar no Ensino Superior nos próximos anos.
— O que a gente pretende fazer para ter algo consolidado aqui, para Caxias, é um processo que vai passar por uma análise do que os estudantes querem. Hoje a gente teve duas reuniões que vão nessa direção, uma com a Coordenadoria Regional de Educação, em que a gente combinou a realização, no final do mês de outubro, de uma pesquisa com os estudantes do Ensino Médio para saber o que eles desejam. Ao mesmo tempo que, na conversa com a secretária de Educação do município (Flávia Vergani), descobrimos que tem muita criança entrando e desejando entrar na escola, e se eu quero trazer uma universidade para cá, eu preciso ter jovens não só ano que vem, mas daqui 10 anos — comentou.
Ainda nesse assunto, a reitora frisou que o empresariado e entidades locais também serão ouvidos e quem, com essas consultas, será montado um projeto de cursos. A intenção dela é propor as sugestões em novembro, mas, na ideia de Marcia, serão cinco cursos, em vez de seis, como inicialmente cogitado, para o Conselho da UFRGS decidir.
— O conjunto dessas respostas vai compor o projeto que nós vamos apresentar ao Conselho da UFRGS. Inicialmente, vamos ter que trazer um número limitado de cursos, entre cinco ou seis, eu estou inclinada a trazer cinco, mas o ânimo para acontecer essa universidade aqui é imenso, a vontade do Governo Federal de que isso aconteça é imensa. Mas, para que seja um projeto que realmente tenha impacto na população da região, a gente precisa escrever um projeto baseado em evidências, consolidado, e que passe pelo órgão máximo da nossa universidade — esclareceu Márcia.
UCS será importante para definição
Além disso, a reitora ressaltou que a definição dos cursos será acertada em comum acordo com o Conselho da UCS, para não ocorrer concorrência entre as outras instituições de ensino da região.
— Nós não vamos fazer nada sem que o Conselho da UCS e o Conselho Universitário da UFRGS aprovem. Vou dizer que a UFRGS não veio aqui pra brigar com as outras universidades. Não é isso que a gente vem fazer aqui, a gente vem aqui pra agregar. Não é uma universidade exógena chegando aqui, é uma universidade que vai conversar com cada setor e vai estar junto com a comunidade da Serra. Ela é e será uma universidade federal da Serra, mesmo se chamando UFRGS — destacou.
Início das atividades dependerá dos cursos escolhidos
Já sobre a questão do início das atividades, há expectativa de que ocorra no segundo semestre de 2025, porém, dependerá do tipo de curso que será ofertado. Também há a questão que tanto a reitora quanto o vice (Pedro de Almeida Costa) ainda não assumiram a gestão, o que deve ocorrer no dia 21 de setembro.
— Março do ano que vem é inviável a gente começar as aulas, porque a gente precisa definir os cursos a partir de uma reunião do Conselho Universitário, depois que a gente verdadeiramente assumir, ou seja, é muito pouco tempo para aprovação e implementação do projeto. O que podemos pensar talvez é ter alguma coisa acontecendo no segundo semestre do ano que vem e “alguma coisa” seria um curso que não envolvesse muito equipamento, muita infraestrutura tecnológica, vamos dizer assim, que fosse uma coisa mais fácil de implementar — explicou Marcia.
O encontro também contou com a presença do vice-reitor eleito da UFRGS, Pedro de Almeida Costa, que já tinha vindo a Caxias em julho durante a visita-técnica do Ministério da Educação no Campus 8. Ao final da visita, houve encontro com o Fórum de Entidades, com pauta também sobre sugestões de cursos.
Foto: Keize Machado | Rádio Caxias
Fonte: Pioneiro – GZH