O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou um estudo que revela uma discrepância significativa entre o salário mínimo atual e o valor que seria necessário para cobrir as despesas básicas de uma família no Brasil. Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6.802, cerca de cinco vezes maior do que o valor atualmente estabelecido pelo governo, que é de R$ 1.412.
O cálculo do Dieese leva em consideração as despesas essenciais para uma família composta por dois adultos e dois filhos, incluindo moradia, alimentação, saúde, educação e lazer. Essas despesas são baseadas no custo da cesta básica de julho, que variou significativamente pelo país. Em São Paulo, a cesta básica mais cara alcançou R$ 809, enquanto em Aracaju foi encontrada a cesta mais barata, custando R$ 524.
A pesquisa do Dieese revela que, para cobrir uma compra completa de alimentos no supermercado, o brasileiro médio precisou trabalhar 105 horas no mês passado. Isso equivale a quase três semanas de trabalho para quem possui uma jornada de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira.
Os números destacam uma disparidade preocupante entre a realidade financeira da maioria dos trabalhadores e o valor oficial do salário mínimo, que não cobre adequadamente as necessidades básicas de uma família. O estudo também ressalta a dificuldade enfrentada pelos trabalhadores para suprir suas necessidades essenciais com o salário mínimo vigente, refletindo um descompasso significativo entre as exigências do custo de vida e a remuneração oferecida.