Conta de luz pode ter bandeira tarifária amarela ou vermelha até o final de 2024

Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirma que a tendência é manter a cobrança extra por causa da seca; saldo de conta pode aliviar despesas

O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quarta-feira, dia 18, que a conta de luz deve seguir com cobrança extra até o final do ano. Por causa da seca severa que afeta as hidrelétricas, a bandeira tende a continuar vermelha ou no máximo cair para amarela. “Há uma grande tendência que a bandeira permaneça entre vermelha e amarela até o fim do ano […] A bandeira tarifária é acionada para fazer frente aos custos futuros do sistema no próximo mês. Essa equação é bastante complexa e leva em conta muitas variáveis”, disse durante o Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, em Brasília.

Feitosa afirmou que o saldo existente na Conta Bandeiras, da ordem de R$ 9 bilhões, pode ajudar em parte a aliviar os custos extras aos consumidores com a geração térmica nos próximos meses, atenuando a intensidade das bandeiras.  A Conta Bandeiras reúne o dinheiro extra arrecadado com as bandeiras tarifárias. Ela é usada para pagar os custos adicionais nos períodos em que o custo de operação do sistema aumenta, com o acionamento de térmicas. Tem sido assim atualmente, com o agravamento da seca.

Apesar da pior seca na série histórica, Sandoval disse que a situação do sistema elétrico neste ano não é tão preocupante quanto a de 2021, ano da última crise hídrica severa. Na época, o governo precisou fazer um leilão emergencial para contratar térmicas e criou um patamar de bandeira extraordinário, a de escassez hídrica.

“Em princípio não é tão preocupante. Sob o ponto de vista climático, parece ser mais grave pelo que sentimos de mais calor, queimadas. Mas do ponto de vista qualitativo e quantitativo, o sistema elétrico está muito melhor do que estava, com o crescimento das fontes renováveis […] Tivemos 2 anos de bandeira verde, com os reservatórios sendo reestabelecidos”.

Segundo Sandoval, o nível atual das hidrelétricas, próximo a 50% na média, traz algum conforto até o final do período seco. A preocupação agora é com a fase úmida. Se as chuvas demorarem a chegar ou se ficarem aquém do volume esperado para recompor os reservatórios, o cenário pode se agravar em 2025. Em setembro, está em vigor a bandeira vermelha nível 1. Na conta de luz, há uma cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 KWh (quilowatt-hora) consumidos.
Cada bandeira é acionada conforme o cenário energético e os custos de geração, que varia de favorável (verde) a desfavorável (vermelha patamar 2), quando a cobrança extra é maior.

 

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