O Grito de liberdade!

“A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.” Allan Kardect

A um tempo atrás dei uma entrevista onde fui questionado sobre os diferentes tipos de profissionais na área de terapias. Minha resposta foi clara e objetiva “o ser humano é complexo, não existe uma única forma de terapia eficaz, para uns servirá uma técnica para outros … outras técnicas”. Desde então venho recendo muitos pedidos de ajuda, a maioria com a mesma temática, O SUICÍDIO.

Pais buscando consolo, pessoas dezesperançosas. Então resolvi escrever sobre esse assunto, quando falamos a palavra suicídio, uma das primeiras reações que temos é compaixão seguida pelo choro e uma frase clichê “que Deus dê um bom lugar!”.

No Brasil, em 2016, a OMS contabilizou 6,1 suicídios a cada 100 mil habitantes. Já em 2010, foram registrados 5,7 suicídios a cada 100 mil habitantes no país, esses números crescerão ainda mais de lá para cá.

Mas afinal o que de fato é o suicídio? Para me ajudar a achar um “denominador comum “, solicitei a uma grande amiga, psicóloga, para dar a visão sobre um olhar da psicologia tradicional.

“A OMS aponta que no Brasil, são 32 mortes por dia. Estamos sem rede de

apoio, com crise política e econômica, o que aumentam os quadros de

ansiedade e depressão.

Quando alguém tira a própria vida, ela quer tirar a dor profunda, pois está com

a percepção de realidade alterada, com dificuldade de compreensão.

Nem todos que estão deprimidos, com pensamento suicida, estão

aparentemente chorando ou tristes não evidenciando os sintomas.” Melisa R Corrêa.

 

Sob o olhar reencarnascinista o suicídio é visto como uma fuga para amenizar a dor, não existe dor mais forte do que a dor do sentir, então a pessoa chega a um ponto de esgotamento, em uma tentativa de” estancar a dor “.

Quando nascemos, trazemos com nós algumas “programações”, algumas tendências. Essas tendência sinalizam o que viemos  curar. Uma pessoa que tem a tendência a ser suicida, precisa desenvolver seu lado de compreensão de vida, seu sagrado pessoal e descobrir qual é sua missão. Isso será fácil ? Não, quem tem a tendência a algo ou alguma coisa, quase sempre valida aquilo como se fosse a única verdade.

 

Lhes trago trecho do livro dos espíritos, para elucidar sobre tristeza e desgosto.

 Questão 943. De onde vem o desgosto

pela Vida que se apodera de certos indivíduos sem motivos que o justifiquem?

Efeito da ociosidade, da falta de fé e,

muitas vezes, da saciedade. Para aquele

que exerce suas faculdades com fim útil

e de acordo com as suas aptidões naturais,

o trabalho nada tem de árido e a Vida se

escoa com mais rapidez. Suporta as suas

vicissitudes com tanto mais paciência e

resignação, quanto mais age tendo em

vista a felicidade mais sólida e mais durável

que o espera”.

Melisa, em outro trecho sobre sua explicação ressalta que: “Antes da pandemia, a rotina nos deixava com uma falsa sensação de controle

das coisas. Agora, não sabemos quando vamos sair dessa situação, gerando

insegurança, ansiedade.

Não temos o controle do tempo, da vida. Temos que viver um dia de cada vez.”

Em outras palavras os olhares se cruzam, é necessário para o ser humano, se manter ocupado, ter um objetivo de vida e lidar com seus sentimentos. Dizer que está tudo bem ou ignorar que você sente para mostrar sua força, só demostra sua fraqueza. Mais forte é o homem que chora do que aquele que sorri. Assumir quem você é, tem muito mais haver com você se aceitar e se olhar do que ser aceito.

Para os pais , esposas , maridos , filhos e familiares, nos resta respeitar e procurar compreender o que aconteceu, lidar com o luto, agradecer o tempo que estiveram junto e lembrar que nada acontece sem um ensinamento. Se chegou até você, por mais que doa, veio para teu adiantamento moral e espiritual.

Para aqueles que estão passando por isso ou sabe de alguém que esteja, o não julgamento é a melhor forma de auxiliar as pessoas. Tenha empatia, “empreste” teus ouvidos, incentive  a procurar ajuda profissional, se você achar que está pessoa está em perigo procure não deixar ela sozinha, caso você não tenha como ficar com ela , mantenha contato, assim ela se sentirá segura e valorizada. Mostre a ela o lado positivo , com leituras edificantes, filmes , musicas, ajude a despertar nela a esperança de um dia melhor.

“O acolhimento é fundamental, sem julgamentos, sem comparações. Se você

estiver longe da pessoa, mande mensagens, chamada de vídeo e se a situação

estiver fora de controle, coloque proteção e vá até a pessoa.” Melisa.

 

Não existe uma única causa para que isso ocorra. Sabe aquele amigo que está sempre rindo e está sempre tudo bem?  Já conversou com ele hoje ?

E aquela pessoa que anda sumida ?Como ela está ? já conversou com ela hoje ?

E aquela mãe ou aquele pai que esta calado ali no sofá ou preparando a janta ? já abraçou eles hoje, disse o quanto eles são importantes?

Aquele filho , que apronta todas , é rebelde e mal educado. Já compreendeu que ele só quer sua atenção e ser amado?

Filho exemplar, aquele que toda mãe e todo pai tem orgulho, não incomoda , só ajuda. Já compreendeu o quanto ele abre mão da vida dele, para suprir sua necessidade e vaidade de pais do ano ?

Essas perguntas se estendem a amigos , tios , primos , irmão , conhecidos, colegas de trabalho, TODOS.

Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, amanhã pode não existir e teu orgulho não tem poder de autoperdão e compreensão.

Se souber de alguém que precise de ajuda ou se você precisar, tem um serviço que fica ativo 24h por dia 7 dias por semana, é gratuito!

Disque: 188.

Centro de Valorização da Vida.

Peça ajuda !

O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino na Terra,

caminhando para a glória total, mediante as

lutas e os sacrifícios do dia a dia.

 Agradeço a psicóloga Melisa R Corrêa pela colaboração nessa coluna, confesso a vocês que esse é um assunto muito difícil de se debater, há muitas informações e a maioria não são relevantes pois são julgadoras. Quando me propus a escrever sobre o assunto, pesquisei muito, li e reli vários textos. É um assunto que mexe com todos. Por fim gostaria de dedicar essa coluna a todos que estão passando ou já passaram por isso, em especial ao meu primo e sua família que acabaram de dar “até logo” a um grande amigo.

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