Estresse e tristeza no fim de ano: especialista explica o que são esses sintomas e como enfrentá-los
Proximidade do Natal e Ano Novo pode despertar gatilhos de doenças, como a depressão. Veja formas para evitar que esses sentimentos se prolonguem
A proximidade do fim do ano pode despertar inúmeros sentimentos: o cumprimento de objetivos, a saudade da família ou incômodo com questões não resolvidas. Caso sobressaiam para o lado negativo, esses efeitos podem gerar gatilhos para doenças, como a depressão. Estar atento aos sinais é uma forma segura de passar pelas festas de Natal e Ano Novo.
Entre os diferentes sentimentos, existe uma série deles considerados “normais” para essa época do ano, e se encaixam no conceito de “Síndrome Dezembrina”, como aponta a psicóloga e doutora em Psicologia do Desenvolvimento, Ciomara Benincá:
— O término de um ano representa um período da nossa vida que passou, que jamais retornaremos. E é só em dezembro que se consegue prestar atenção no que não foi feito, seja no trabalho, saúde e até reformas da casa. Essa é uma cobrança autoimposta, ninguém nos obriga a isso, mas é natural do ser humano.
Um dos fatores que influenciam indiretamente para a fase de auto cobrança é a simbologia do Natal e do Ano Novo, que remetem a nascimento e recomeços.
Neste cenário, podem surgir três tipos de comportamentos diferentes: um mais animado com as comemorações e decorações, outro estressado de ter que participar das festas novamente, e outro melancólico com saudade dos entes que perdeu.
Apenas o último seria o mais preocupante no cenário da saúde mental, porque pode se apresentar de forma aguda e se estender mesmo após as festas, como explica a psicóloga:
— O caso mais sério é o melancólico, aquele que não gosta de Natal, que se sente triste. Talvez essa pessoa tenha uma tendência depressiva e o Natal seja o gatilho, de lembrar da infância, das pessoas que perdeu nesse trajeto. Pode ser que essa melancolia passe em janeiro, mas se isso se estender, é interessante procurar um profissional.
“Viver o presente é a forma mais eficaz de evitar essa tristeza”
Entre as formas de driblar a chegada dos sentimentos ruins, a psicóloga ressalta a necessidade de ver o fim do ano de outra maneira, sem deixar que os momentos felizes sejam objetivos e metas para o futuro.
Entre as dicas, está o exercício de incluir na rotina diária momentos que façam a pessoa feliz, como comer a refeição favorita, um passeio no fim de tarde ou o contato com um ente querido.
— Preste atenção no presente, não deixe felicidade para o ano que vem. Se postergarmos as coisas boas, formaremos um cemitério de sonhos dentro da gente. Encontre formas de ser feliz hoje. Coma um sorvete se está com vontade ou mande mensagem para alguém que tem saudade. Viver o momento presente é a forma mais eficaz de se evitar essa tristeza — recomenda Ciomara.
Fonte: Gaúcha ZH
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