Pessoas que não leem livros são maioria no país, aponta pesquisa
Levantamento realizado pelo Instituto Pró-Livro revelou que o Brasil perdeu 11,3 milhões de leitores em nove anos
Pessoas que não têm o hábito de ler um livro, ainda que didático ou religioso, são maioria no país, representando 53% da população, segundo dados da 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta terça-feira (19). É a primeira vez que se chega a esse resultado desde 2007, quando foi feita a primeira consulta.
Realizada pelo Instituto Pró-Livro e considerada a pesquisa mais completa sobre os hábitos de leitura dos brasileiros, a 6ª edição da Retratos da Leitura no Brasil foi realizada em 208 municípios e entrevistou 5.504 pessoas, no período entre 30 de abril e 31 de julho de 2024.
O aumento da fatia de brasileiros que não incluem a leitura entre seus hábitos pode ser vista desde 2015. Naquele ano, 44% eram não leitores; quatro anos depois, em 2019, esse montante da população pulou para 48%. Em nove anos, o Brasil perdeu 11,3 milhões de leitores.
A pesquisa considera leitor a pessoa que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, impresso ou digital, nos três meses anteriores à realização da consulta. Já o não leitor é aquele que disse não ter lido nenhum livro, ou parte de um livro, nos últimos três meses, ainda que tenha lido nos últimos 12 meses.
Entre os 47% que foram definidos como leitores, há aqueles que leram livros em partes. Já os que leram livros inteiros dentro dos três meses anteriores à pesquisa representam um contingente ainda menor: apenas 27%.
A média de livros lidos, em partes ou inteiros, entre todos os entrevistados, caiu de 2,6 títulos em 2019 para 2 em 2024. A redução ocorreu até mesmo entre leitores: em 2019, eles liam 5 títulos, em partes ou inteiros, caindo para 4,3 obras.
A queda do número de leitores se reflete em quase todas as faixas etárias, sendo mais acentuada na população entre 30 e 39 anos, fatia que perdeu oito pontos percentuais entre leitores. As exceções são as faixas entre 11 e 13 anos, que manteve o percentual de leitores em 81%, e os 70 anos e mais, cujo percentual subiu de 26% para 32%.
Entre as razões citadas para a falta de leitura nos três meses anteriores à pesquisa, as mais frequentes eram falta de tempo (33%), porque não gosta de ler (32%), porque não tem paciência para ler (13%) e porque prefere outras atividades (12%).
Entre todos os estados brasileiros, Santa Catarina tem a maior proporção de leitores, com 64% da população. Paraná e Ceará aparecem em seguida, ambos com 54%, ficando acima do percentual de leitores no Brasil (47%). A proporção de leitores no Rio Grande do Sul é de 46%, abaixo da nacional.
Fonte: GZH.